Uma mudança nunca faz mal a ninguém. A mim, faz-me sempre sentir pequeno. Nunca sei se está mesmo a acontecer algo, se sou eu que estou a fazer um filme ( isso é certo que estou, mas alguma razão hei-de ter para o fazer).
É a mesma coisa sempre que nos apaixonamos. Fico sempre diminuído perante a possibilidade de me poder apaixonar. Não o faço muita vez. Acho sempre que não vou aguentar. Tudo tem o seu tempo. E eu não fui feito para suportar o tempo dos outros.
Constróem-se casas só para se ter um sítio para ficar. Já não consigo apaixonar-me pela terra. As transformações deixam-me como um clandestino, à beira de se tornar náufrago, com tudo a acontecer ao mesmo tempo, sem forças para dizer basta, que é esta a última vez.
Pequeno, sinto-me aconchegado. Tenho tendência para me enroscar sobre mim próprio. Já o vi acontecer muitas vezes. E sempre que levanto a cabeça, perco o contacto com o pulso, que sem pensamento, entra em hibernação. Digo o que tenho e não com o que fiquei. Porque quero acreditar que estão a acontecer mudanças. Os lugares mudam muito. O tempo faz o mesmo.
Eu é que não quero apaixonar-me pelo tempo.
Ao desejar, a propriedade passa a ser tudo.
Só que eu não quero ter nada.
Não quero responsabilidades com a posse.
Tudo estaria certo se as metáforas fossem filhas do desejo.
- À quanto tempo não te via!!!
A gente vai e vem.
Mas uma voz chama-me sempre de volta. Faz-me sentir pequeno. Vejo-o nitidamente.
Vou-me embora, quero ir correr. Não me interessam as mudanças, porque as evito à força de as ter. Estou farto de estar em mim. Um destes dias, escapo-me para fora do mundo. Isso sim, é que seria uma mudança.
Aqui, tudo vai sempre ser igual.
terça-feira, 30 de junho de 2009
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