segunda-feira, 29 de junho de 2009

"Garganta", by Ana Carolina



Minha garganta estranha quando não te vejo
Me vem um desejo doido de gritar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Minha garganta arranha a tinta e os azulejos
Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar
Venho madrugada perturbar teu sono
Como um cão sem dono me ponho a ladrar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso
Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar
Sei que não sou santa, vezes vou na cara dura,
Vezes ajo com candura pra te conquistar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Mas não sou beata, me criei na rua
E não mudo minha postura só pra te agradar
Vim parar nessa cidade por força da circunstância
Sou assim desde criança, me criei meio sem lar
Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha é pra
comer você
Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha é pra depois
te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha é pra depois
te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha é pra depois
te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha é pra depois
te abandonar
Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha é pra depois
te abandonar

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