quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Prefiro a Inquietude

Detesto sentir-me entediado. Preciso de estimulo constante na minha vida.
Preciso de sentir, de mudar, de corer, de arriscar; preciso de dar, de receber, de experimentar; preciso de partilha, de cumplicidade, de vontade e quando isso não existe, perco o interesse.

Por norma, sou mau jogador. Digo o que sinto e expresso o que quero, perdendo o efeito surpresa ou a ansiedade da incerteza, mas na verdade acho isso uma fraqueza, que as pessoas tendem a camuflar, interpretando a sua insegurança com razões bem menos depreciativas.

Mas eu sou assim, um mau jogador, porque sei o que quero e não tenho medo de o assumir, uma vez que estou cansado de vidinhas estáveis, sob efeito do auto controlo, da comodidade e da protecção. Vidas assim, não desafiam ordens e por isso não assustam nem inquietam. Mas para mim, que preciso de me sentir vivo e preenchido, isso não passa de uma forma de prolongar o tédio que tanto me apoquenta.

O que promove a vida é o contacto, a partilha e a aproximação. Quando isso não existe, é como se a vida nos passasse ao lado enquanto fazemos grandiosos planos sobre como vivê-la. E eu não estou para isso. Prefiro a inquietude.

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